sábado, 28 de junho de 2008

catador de sorrisos

-Alô?
-Boa tarde, tudo bem?
-Tudo bem, quem está falando?

é, o primeiro contato foi mais ou menos assim.
em uma conversa telefônica
não muito conveniente.
da minha parte
por não ser pra mim
da parte dele
por ligar em horário de estudo.

com voz de uma pessoa que presta serviços para uma rede de telemarketing ele ligou, e com voz de uma pessoa fadigada por estar em uma caixa de vidro lendo Durkeim eu atendi. Não sei se daí daria uma história, mas foi um bom começao pra quem hoje está a escrever um post na íntegra.
é, me interessei por aquela voz, aquele que marcava presença seja ela por um simples toque, ou até mesmo uma mensagem de boa noite. Risadas soavam levemente ao meu ouvido que permanecia em meu pobre farrapo verde [ao lado]. E sempre com um fim
-Drica, ele é muito engraçado, é ótimo.
E porque não conhecer aquela pessoa que tão facilmente arrancava sorrisos e gargalhadas assim como quem facilmente respira? Ainda como observadora, percebi que algo nele poderia ser realmente especial, e era? me pus a descobrir.
De imediato me identifiquei e falei as únicas coisas que sabia a seu respeito
falei que mesmo sem ele querer ele se fazia presente em minhas noites
e julguei que o que sabia já era o bastante pra me relacionar.
Não sei ao certo qual a reação dele, mas pelo pouco que pude ver, ele se assustou um pouco, talvez a ponto de me achar "atrevida", mas pouco me importava o que ele achava naquele momento, queria apenas saber a fundo quem era ele de verdade. uma curiosidade talvez de jornalista, nem sei, mas me importava saber o que se passava por trás dele.
mas depois nos falamos
de uma forma
conveniente, será porque?
será que eu tinha sido realmente
muito atrevida?!
nossa, que vergonha.

-drica?
-é drica.
-mas seu nome?
-só minha mãe me chama assim
-agora eu também
-mas porque?
-nome bonito
-obrigada. mas pode me chamar de drica

cheio de piadas
com o propósito de se esconder talvez
talvez mais tímido que eu, até
aquele monte de piadinhas
esse era o motivo
das gargalhadas durante a noite.
mas moço, sua essência por favor?
acho que ali realmente
se encontrava aquele, de tamanha timidez
chamava a atenção
colhendo risadas
pra que não prestássemos atenção
em seu eu verdadeiro.
sua característica principal era
engraçado
como ele realmente havia desejado.

através de várias conversas
[nem tantas quanto se pensa]
resolvi escrever sobre ele
nem é de suma importância
mas por ter aguçado minha curiosidade
ainda fico a pensar sobre ele
nunca sei o que ele quer dizer
quando diz
nunca sei o que ele quer passar
quando fala
nunca sei o que ele pretende
com o jeito que fala
ainda tenho muito a descobrir.
pro meu interesse
nem pro dele
a mania de querer entender os demais.

gosto dele
nem tanto
pra não ficar [sem graça]
gosto, desse meu jeito
de nunca demonstrar
ou querer que saibam
ele é assim
um mistério
me faz bem sem querer
sabe?
mais ou menos assim.

3 comentários:

Ramon Pimentel disse...

Adorei a parte do "me faz bem sem querer..." ganhei o dia!
me sinto menos "afro-descendente" =]

beijos Adriele

By Ramon

Lana Haydée Kaolin disse...

hum.... flertes... o que seria de nós sem eles???
é tão bom para o ego... tão gostoso para o coração.
Parabéns por descrever uma coisa tão simples com palavras tão bonitas!!!

http://segredosdehaydee.blogspot.com/

Indhiara disse...

ahhhh

que coisa linda :)

meus amigos são assim né?
lindos.

fazer o quê se tenho bom gosto até para escolhê-los.

bom texto, como sempre.
sou e serei sua leitora assídua até a última letra.

te amo.