terça-feira, 28 de setembro de 2010

Tudo passa


E no meio de toda aquela confusão, no meio de tanto choro eu lembrei de você e senti saudades. Saudades de quando eu te encontrava e não precisava dizer nada pra que me desse um abraço capaz de me fazer perder o chão. Saudades de ter uma companhia, poder contar todos os meus tormentos, desabafar todas as minhas agonias.

As vezes eu tenho saudade da gente, mas é uma saudade natural. Dessa vez a saudade veio com um gosto de nostalgia, um gosto de quero mais. Senti saudade do seu cheiro, do seu jeito, do seu mau humor, do seu bife mal passado, do seu edredom, saudades de você.

Mas toda essa sensação foi ontem, hoje é outro dia.

A cada minuto, segundo, milésimo, ou seja lá qual fração de hora que inventarem, me perco em outras cores, doses, acordes, amores. Mergulho na malandragem da vida pra me convencer, meu bem, que o que sinto não é aquele pedacinho tão irritantemente... você. Jogue esse charme pra longe... que é pra eu saber de verdade que o passado não é presente.

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Doa a quem doer



Folhas, flores e frutos, depois de caídos, jamais serão os mesmos.
Nem mesmo se outra primavera vier...


Foi isso o que eu descobri naquela tarde de outono. Ao andar pelas ruas; vi folhas caídas ao chão, como se não fossem nada para os que em volta passavam. Mas em minha insana curiosidade e mania de querer entender o mundo e o porquê das coisas, parei pra ver, ver o que realmente era aquilo, saber o porquê de estarem no chão, enquanto outras folhas já se punham a postos para aparecer assim que passasse o inverno.

Depois de observar, cheguei à conclusão que "o estar no chão", naquele momento, significava muito mais do que, quem estava pra nascer, do que o "ser novo". Folhas e frutos ao chão significavam coisa boa, maturidade, coragem...

Bem, a folha, depois de bem entendida, na verdade não caiu, ela teria se jogado. Por achar que estava na hora, por aquele galho era pouco pra ela, e tudo que ele podia ter feito pra ela achou que estava na hora. E como aquele galho não a sustentava, era pouco pra ela; resolveu cair fora. E muitas folhas a acompanharam, ficaram juntas por um tempo, e depois de secarem, viraram enfeite de artistas.

Já os frutos não caíram e nem resolveram se jogar; saíram por serem expulsos, as folhas que não tiveram a mesma atitude das outras folhas, se juntaram a expulsaram aqueles que haviam amadurecido. Os frutos eram belos, amadurecidos causavam inveja, então o que restou para os invejosos incapazes de crescer, era expulsar aquele que tanto tinha crescido. Depois de jogados ao chão, os frutos eram colhidos por aqueles que realmente os davam valor, que por sinal não eram poucos. O destino nem sempre era o mesmo para todos. Alguns iam pra feira, outros iam direto pras residências.

Mas, no fim, todos aqueles belos frutos seguiam o mesmo caminho. Todos se aconchegavam suavemente em mãos ansiosas e delicadas; esperavam pacientemente pelo suspiro acolhedor, e, por fim, se misturavam com delicadeza na doce aprovação de quem os escolhera de boa vontade. Ousar. Encarar. Teimar. Ultrapassar. Mudar. Viver. Completar o ciclo quebrando os tabus. Isso é existir. Alcançar o inalcançável e morrer feliz por ter tentado.

Pular da árvore pra ver no que vai dar é a maior das aventuras. Vou ver a primavera do lado de lá e encarar as cores do pôr do sol enquanto o tempo me deixar. Vale à pena tentar... Ah, vale!

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Sabor intensidade



Às vezes é doce, às vezes é salgado, mas nunca deixa de ser. Pode até ser aquela coisa água e sal, mas nunca te deixa na vontade. Às vezes é aquela coisa recheada ou uma delícia de morango. Tem também os de recheio cítrico, sabor limão. Cada dia é um dia, todo mundo sabe disso. Relaxa meu bem, a vida é um biscoito. Às vezes vai até faltar recheio, mas sempre vai ter um bom leite quente pra acompanhar. Independente do sabor, com recheio ou sem, saiba viver. Se o gosto for ruim, coma mesmo assim, experimente todas as sensações, provoque todos os sentimentos, prometo que vai valer à pena.


Independente do sabor, não tem como esnobá-lo! Sem contar, que ele tem um gostinho que não se apaga... O da nostalgia! Chocolate, caramelo, morango, leite puro e inocência! A frase de criança ainda escapa de meus lábios vez ou outra: “Me dá mais um?” que é para eu não esquecer que ao menos uma parcela desse mundo é doce.

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*Este texto tem uma participação mais do que especial de Cizabella.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

um até logo meu bem


"Liberta da necessidade de ter alguém pra chamar de seu".
(por alicedescedolustre.blogspot.com)


Foi a primeira coisa que pensei para tomar uma iniciativa, perceber que na verdade nada ali era meu, o meu corpo já não me pertencia a muito tempo. Mas precisou vir a chuva em um dia ensolarado para que eu tivesse aquela vontade de descobrir o que havia no final do arco íris, um pote de ouro? Ainda não sei, mas o que importa é que decidi ir atrás de novos ares.

Demorou mas agora foi. Depois de anos vivendo aquele amor .

Resolvi não mais te expulsar na minha vida, decidi que dali pra frente iria te ter, mas guardado. Parei pra pensar no amor que sentia e percebi que a nossa história não tinha mais porque acontecer. Eu era nova quando me encantei com o nosso relacionamento, mas conforme fui vivendo e o tempo passando, percebi que ainda tinha muita coisa pra viver e infelizmente a preferência não era que estivesse do meu lado. Mas nem por isso, hoje, no auge dos meus 20 anos eu negarei que foi uma pessoa boa, pelo contrário, você sabe o que foi pra mim, mas passou meu bem. O mundo deu voltas e eu comecei a aprender de verdade, que temos que dar valor e amar aqueles que nos amam, é o mínimo que posso fazer por mim mesma, pela minha felicidade. Por um tempo, pensei que fosse ao seu lado que descobriria tudo que há de bom na vida, mas ao conhecer de perto o que era ser desprezada é que percebi que todo o amor que um dia eu te dei, você brincou em questão de segundos e jogou fora. Sofri, não nego, mas acho que faz parte e hoje só gosto de lembrar...