quinta-feira, 2 de abril de 2009

A menina que (não) se veste


Ela não se continha com um batom vermelho e uma maquiagem carregada, precisava também pôr uma roupa curta e decotada. Era assim que ela saia aos finais de semana, com "má intenção" e pronta para aqueles que viessem enfrentá-la ou se quer pedir um beijo. Maliciosa e insegura são as características principais daquela moça que tempo atrás se dizia inocente e meiga. Com o passar do tempo ela se perdeu no meio do pó compacto e do blush, não sabe mais como ser alguém legal, sem máscara, sem forçar, só quer saber de homens, de seduzir e depois se entregar. E pra quê? Pra entrar pra história da cidade onde mora, cidade calma, pacata e pequena. Seu objetivo será alcançado com pouco tempo, só espero que não se arrependa, que pense melhor antes de levar tudo a frente. Vaidade não é tudo ou melhor, pros fortes ela não é quase nada.

Sem saber, saio de casa com uma humilde sandalinha, um jeans, uma blusa qualquer e uma bolsa enorme. A minha intenção era só rever os amigos, bater papo e contar piadas em frente uma porção de batata fritas. Mas pra ela não, aquela não era uma noite qualquer, era uma noite de sexta-feita. A intenção da noite era atacar aquele que mais cedo a provocou, saber qual era realmente o desejo dele, saber se ele realmente desejaria aquela mulher irresistível -segundo ela.

Tenho medo de onde isso tudo irá parar, mas avisar pra ela onde está se metendo seria em vão. Cega pela vaidade e autoconfiança ela não quer mais saber dos conselhos alheios.
Isso tudo me confunde não sei quem é quem na história, não sei se aquela pessoa adorada que conheci existe mais, se vai existir ou se algum dia existiu.
Saudades daquela menina natural, que tudo era consequência e a prioridade era apenas se divertir.
Que ela volte e descubra o prazer de viver nas pequenas coisas da vida.


Ah, sexta que não chega pra eu poder ver os meus amigos!