domingo, 12 de outubro de 2008

o sabor tanto faz

Me chamou pra tomar um sorvete e eu preferi tomar outra coisa no bar da esquina. Embarquei na aventura pensando ser melhor pra mim. Tomei o quanto pude. Sabor amargo, as consequências se alternavam e intensificavam a cada gole, perdi o controle e não queria mais me desgrudar do copo. Um querer incontrolável. O organismo rejeitava, mas eu implorava. No outro dia me ofereceu todos os sabores de sorvete: de flocos a sonho de valsa e quando eu dava atenção para o convite, apenas rejeitava, sem explicações ou indagações, e os dias seguiram assim. Nunca tinha tempo para sorvetinhos de baunilha ou maracujá, mas arranjava tempo pra beber aquela que embriagava e tirava do juízo, por aquela bebida me maquiava e colocava a melhor roupa. Depois de passar a noite (ou o dia) bebendo, voltava pra casa, o organismo respondia, as consequências vinham e eu chorei. Chorei pelo que fiz, o arrependimento vinha junto, as lembranças tomavam conta.
- O que eu estou fazendo comigo? Tão nova e tão inconsequente?
Junto com meu arrependimento, lancei pela boca aquilo tudo que me fazia mal. Resolvi selecionar as coisas boas e estar disposta a novas amizades e companhias.
Hoje me ofereceu sorvete de nozes que é novo pra mim, mas já é o meu preferido. Me lembrou do tempo que não tinha pra escutá-la. E naquela conversa na noite de domingo me falou sobre minha rejeição aos seus convites, de como ficou, mas soube esperar. Falamos demais, esclarecemos muitas coisas e no fim do sorvete vimos que bom mesmo é a nossa amizade, mesmo se o sorvete for de pequi.

3 comentários:

Camila disse...

Realmente... assim com amigos, "o sabor tanto faz".
Adorei.
Beijos

Camila disse...

Aa que lindo!
Hoje vc não optou tanto pelo ENTER né ?!?!
haha
ameiii eu também prefiro HOJE sentir outros sabores...
bjo

Ramon Pimentel disse...

a parte do "Lançar pela boca" é piorzinha que ta teno...

Sorvete em demasia também não é la muito indicado.

mas enfim...
bom texto