quinta-feira, 27 de agosto de 2009

melodia dos ventos


Onde o vento tem uma certa melodia, me embrulhei em meio fios de algodão e liguei a televisão. Como se estivesse me confortando, peguei o controle e comecei a dominá-la, mas na verdade, o seu único papel ali era me confundir. Depois de um tempo sem tomar qualquer dose de informação que fosse capaz de me enriquecer, resolvi pegar o laptop em busca de algo que pudesse me alimentar e de modo satisfatório. Naveguei em um mundo sem limites, mas de nada adiantou, as informações além de velhas eram sem profundidade. Desisti de tudo e resolvi deitar, escutar a melodia dos ventos e pensar na vida, pensar em tudo que havia conquistado até aquele momento. Pensei em tudo que podia ter feito e pensei também no que poderia não ter feito. Pensei nas pessoas que me cercavam, e no quanto elas poderiam me fazer bem. Pensei nos meus eternos amantes, e como fui feliz com eles. Pensei na minha família, e o tanto que chorei no dia da minha partida. Pensei em tudo, ou ao menos tentei. Minhas conquistas, perdas, amores em vão, amizades indestrutíveis e aquelas que acabaram sem eu ao menos me dar conta. Nos sustos que levei, nas paixões que me deixei levar. Foi tudo tão bonito e alguns outros fatos tão sofridos.
Pensei, pensei e pensei... mas foi mais pra refletir, por que mesmo pensando, nada mudaria ou sairia dali.
Essas noites de agosto em que os ventos se fazem presente, a minha cabeça pira e o meu corpo suplica por calor. A noite ali se acabava, o meu sono que não chegava e a minha cabeça que não parava...
O jeito foi ser feliz com tudo aquilo que já tinha, meus pensamentos, minha vida, meus amores e minhas feridas.

Um comentário:

Mara Bianchetti disse...

Belo texto. As noites de agosto são sempre assim. Os ventos trazem consigo lembranças, momentos e reflexões. Vai saber o porquê. Deve ser, simplesmente, porque são 'noites de agosto'.